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Universo das Histórias: Onde Cada Palavra Cria Mundos

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Universo das Histórias: Onde Cada Palavra Cria Mundos

Horizonte Selvagem

Universo Das Histórias, Novembro 27, 2024Novembro 27, 2024

Capítulo 1: O Mistério Inicia

O eco dos passos de Ana Castellani reverberava pelos corredores do museu, carregando uma urgência que ela não sabia explicar. Era tarde, a maioria dos funcionários já havia ido embora, mas algo no pacote recebido naquela manhã a incomodava. O selo antigo no envelope de couro indicava que era autêntico, e as marcas gravadas remetiam a uma simbologia que ela reconhecia apenas de lendas.

Sentada em sua mesa, sob a luz amarelada da luminária, Ana abriu o pacote. Dentro, encontrou um pedaço de pergaminho amarelado, desenhado com linhas delicadas que formavam um mapa. Não era um mapa comum. As curvas representavam a topografia de uma floresta densa, e no canto inferior, uma inscrição em latim dizia: “Quod in terra dormit, oculos aperturus est.”

“O que dorme na terra abrirá os olhos,” sussurrou Ana, traduzindo as palavras para si mesma.

O toque de seu celular interrompeu o momento. Era Ernesto, seu colega de pesquisa e um dos poucos com quem compartilhava descobertas.

— Ana, precisamos conversar. O mapa… acho que você não percebeu o que tem nas mãos — ele disse, a voz soando tensa.
— Do que você está falando, Ernesto? É só um mapa antigo.
— Não. É muito mais do que isso. Esse mapa está conectado ao artefato conhecido como o Coração da Terra. Se for verdade, você não está segura.

Antes que ela pudesse perguntar mais, o som de algo quebrando do outro lado da linha fez Ana se levantar abruptamente.

— Ernesto? O que está acontecendo? — gritou, mas a ligação caiu.

O frio na espinha a fez agir. Pegou o mapa, guardou-o na mochila e correu para o estacionamento do museu. Algo estava errado, e ela sabia que não podia enfrentar isso sozinha.


Pouco tempo depois, Ana estava no bar de um hotel discreto, esperando por Ethan Drake. Ela não o via há anos, mas sabia que ele era o único que poderia ajudá-la. Ele chegou como sempre: passos firmes, olhar vigilante e uma aura que exalava perigo.

— Não esperava ouvir de você de novo, Castellani, — disse Ethan, puxando uma cadeira à mesa. — O que aconteceu?

Ana jogou a mochila sobre a mesa e retirou o mapa, desenrolando-o para que Ethan pudesse ver.

— Preciso de você para isso. É uma expedição para encontrar algo importante. E perigoso.
— Perigoso como? — perguntou Ethan, arqueando uma sobrancelha.

Antes que ela pudesse responder, os dois perceberam que estavam sendo observados. Dois homens encapuzados se aproximaram, e Ana mal teve tempo de avisar antes de Ethan empurrá-la para o chão e sacar uma arma.

O tiroteio começou, com mesas viradas e clientes gritando enquanto corriam para as saídas. Ethan acertou um dos atacantes, enquanto o outro fugia pela porta da frente.

— Você precisa me explicar o que está acontecendo, agora! — exigiu Ethan, puxando Ana pela mão e correndo em direção à saída dos fundos.

Ana, ainda em choque, apenas murmurou:
— É o Coração da Terra… e parece que não somos os únicos atrás dele.

Capítulo 2: Recrutando Aliados

A luz fria da madrugada iluminava as ruas de São Paulo quando Ana e Ethan finalmente chegaram ao apartamento dela. Era um local simples, mas funcional, com livros empilhados em todas as superfícies possíveis. Mapas cobriam a parede principal, enquanto estatuetas e artefatos antigos decoravam prateleiras improvisadas.

Ethan trancou a porta atrás deles e verificou rapidamente as janelas. Ele tinha um instinto militar que jamais abandonara, mesmo anos depois de deixar o serviço. Sua presença preenchia o ambiente, e Ana sentiu-se momentaneamente segura.

— Agora que estamos longe de balas voando, — disse ele, cruzando os braços e se encostando contra a parede, — quer me dizer quem são esses caras e por que estão dispostos a me matar por um pedaço de papel?

Ana suspirou, retirando o mapa novamente de sua mochila.
— Não é só um pedaço de papel, Ethan. É um mapa que leva a um artefato lendário: o Coração da Terra.

Ela pausou, esperando que ele risse ou revirasse os olhos, mas Ethan permaneceu sério.
— Já ouvi falar disso. Boatos. Algo sobre controlar energia geotérmica, certo?

Ana assentiu, impressionada.
— Sim. Segundo as lendas, o artefato foi criado por uma civilização perdida. Dizem que ele pode canalizar a energia do planeta, mas… imagine o que alguém como Victor Lang faria com algo assim.

Ao ouvir o nome, Ethan franziu o cenho.
— Lang? Aquele traficante de armas que fingiu estar morto depois de um desastre no Oriente Médio?

— O próprio. Ele já está na Amazônia, segundo minhas fontes. E, pelo que aconteceu hoje, parece que sabe que estou no rastro do artefato.

Ethan massageou as têmporas, ponderando.
— Você sabe que isso é suicídio, não sabe? Lang não brinca. Ele tem dinheiro, homens e poder. E nós temos… um mapa.

Ana deu um sorriso tenso.
— Temos você, um ex-soldado que já enfrentou coisas muito piores.

— Não me bajule, Castellani. — Mas havia um brilho nos olhos dele, um sinal de que ele já estava convencido, mesmo que relutante. — Está bem. Estou dentro. Mas vamos precisar de mais ajuda, e rápido.


Poucas horas depois, o grupo já havia crescido. Ethan levou Ana a um galpão abandonado na periferia, onde apresentou Tainá, uma guia local. Ela era baixa, com cabelos negros presos em uma trança, olhos afiados e um sorriso confiante.

— Você vai precisar dela, — explicou Ethan. — Tainá conhece a Amazônia melhor do que qualquer um.

— E melhor do que vocês, com certeza, — acrescentou Tainá, com um tom sarcástico. — Então é verdade? Estamos caçando lendas agora?

Ana entregou o mapa a Tainá, que analisou os traços com cuidado.
— Eu reconheço essa região, — disse ela finalmente, apontando para um ponto central no mapa. — É perto de uma área protegida, mas ninguém vai para lá. Há histórias de desaparecimentos… e algumas lendas.

— Lendas de quê? — perguntou Ana, curiosa.

— Espíritos guardiões, maldições, coisas assim. Não é exatamente o que se espera de uma visita turística.

Ethan olhou para Ana com uma expressão de eu avisei, mas Tainá apenas deu de ombros.
— Eu vou, mas não vou mentir: não acho que todos nós voltaremos.

— Não precisamos de todo esse otimismo agora, — murmurou Ethan, mas Ana já estava concentrada.

Ela sabia que estava se metendo em algo muito maior do que esperava. Mas desistir nunca fora uma opção.


Capítulo 3: A Primeira Ameaça

A viagem começou cedo, com o grupo se embrenhando na selva de helicóptero até o ponto onde o mapa indicava a entrada da região proibida. O ar estava pesado de umidade, e o rugido de animais ecoava ao longe.

— Eu sinto que estamos sendo observados, — murmurou Ana, caminhando atrás de Tainá.

— Bem, você não está errada, — respondeu ela, apontando discretamente para pegadas frescas no solo. — Não estamos sozinhos aqui.

Antes que alguém pudesse reagir, tiros ecoaram pela selva, e o grupo se jogou ao chão.

— Emboscada! — gritou Ethan, puxando sua arma e posicionando-se atrás de uma árvore.

Os mercenários de Lang surgiram entre as árvores, bem armados e com movimentos coordenados. Tainá atirou seu facão com precisão, ferindo um dos atacantes, enquanto Ethan revidava os tiros.

Ana, sem treinamento em combate, rastejou em direção a uma cobertura. Seus dedos apertavam o mapa com força, como se fosse um escudo. Um mercenário se aproximou dela, mas antes que ele pudesse atacá-la, Ethan o derrubou com um disparo certeiro.

— Precisa se esconder melhor, Castellani, — gritou ele, ajudando-a a se levantar.

A batalha durou minutos que pareceram horas, até que os mercenários recuaram. Apesar da vitória, ficou claro que o grupo estava sendo seguido e que Lang não estava medindo esforços para impedi-los.

— Isso foi só o começo, — disse Ethan, limpando o suor do rosto. — Eles sabem onde estamos e têm a vantagem.

Ana olhou para o mapa, agora manchado de terra.
— Então precisamos ser mais rápidos.

Tainá, ainda ofegante, os guiou mais fundo na floresta. A tensão era palpável, mas havia uma determinação silenciosa no grupo. Eles sabiam que o verdadeiro perigo ainda estava por vir.

Capítulo 4: Entrada na Selva

A floresta amazônica parecia viva, respirando ao redor deles. O som dos insetos era quase ensurdecedor, e o calor úmido fazia cada passo parecer uma luta contra o próprio corpo. Tainá liderava o grupo com passos firmes, cortando galhos baixos com um facão enquanto Ana e Ethan a seguiam de perto.

— Espero que você saiba onde estamos indo, — disse Ethan, limpando o suor da testa.

— Conheço bem esta área, mas… — Tainá hesitou, olhando ao redor como se procurasse algo.

— Mas o quê? — perguntou Ana, visivelmente apreensiva.

— Tem algo estranho aqui. O ar está… diferente. — Ela parou e se abaixou, analisando o solo. — Essas marcas não são de animais comuns.

Ana se aproximou e viu sulcos profundos na terra, como se algo pesado tivesse sido arrastado.

— Isso é recente? — perguntou Ana.

— Muito, — respondeu Tainá. — E não gosto nada disso.

Antes que pudessem discutir mais, um ruído alto veio das árvores acima deles, seguido pelo som de algo caindo. Ethan instintivamente puxou Ana para trás enquanto um tronco de árvore caiu com força no caminho à frente, bloqueando a trilha.

— Arapucas, — murmurou Ethan, observando ao redor. — Alguém sabe que estamos aqui e não quer que avancemos.

— Mercenários? — perguntou Ana, tentando manter a calma.

Tainá balançou a cabeça.
— Talvez. Mas isso parece… mais primitivo.

— Primitivo ou não, não vamos parar agora. — Ethan pegou o facão de Tainá e começou a cortar o tronco em pedaços menores para liberar o caminho. — Fiquem atentas.


Depois de superar a barreira, o grupo continuou em silêncio, com cada ruído da floresta amplificando a tensão. Finalmente, chegaram ao que parecia ser a entrada de um templo antigo. As pedras estavam cobertas de musgo, e a estrutura se erguia como uma sombra do passado, desafiando o tempo.

Ana ficou boquiaberta.
— Isso… é real.

— Claro que é, — disse Tainá. — E é aqui que a maioria das pessoas desaparece.

— Reconfortante, — murmurou Ethan, verificando o perímetro.

Na entrada do templo, havia inscrições entalhadas nas pedras. Ana correu até elas, examinando-as com olhos ávidos.
— Está em uma língua que mistura latim com algo mais antigo. Parece ser uma espécie de aviso.

— Deixe-me adivinhar, algo sobre morte e destruição? — perguntou Ethan, com tom sarcástico.

Ana sorriu nervosamente.
— Algo assim. Mas também fala sobre um teste. Apenas quem for digno pode passar.

Antes que alguém pudesse responder, o chão sob seus pés tremeu. Pedras se moveram como se algo tivesse sido ativado.

— O que você fez, Castellani? — perguntou Ethan, sacando sua arma.

— Eu… só toquei na inscrição! — respondeu Ana, recuando.

O som de engrenagens ecoou de dentro do templo, e um corredor escuro começou a se revelar.

Tainá deu um passo para trás.
— Isso é ruim. Muito ruim.

— Só há um jeito de saber, — disse Ana, já entrando no corredor.

Ethan suspirou, seguindo atrás dela com Tainá logo atrás.
— Se morrermos, pelo menos vai ser uma boa história para contar no inferno.


Capítulo 5: O Primeiro Enigma

O interior do templo era opressor. O ar parecia mais pesado, e a única luz vinha das tochas que Ana e Tainá carregavam. As paredes estavam cobertas de entalhes que narravam uma história: uma civilização perdida, um poder imenso e um artefato que parecia estar no centro de tudo.

— É isso, — murmurou Ana, apontando para a imagem de uma esfera brilhante esculpida na parede. — O Coração da Terra.

— Eu me pergunto por que essas civilizações antigas nunca faziam mapas mais fáceis de seguir, — brincou Ethan, tentando aliviar a tensão.

— Talvez porque não queriam que qualquer um encontrasse o que protegiam, — respondeu Tainá, apontando para o final do corredor. — E parece que encontraram um jeito de garantir isso.

O grupo parou diante de uma sala ampla com um piso de pedras que pareciam flutuar sobre um abismo. Em cada pedra, havia símbolos entalhados, alguns familiares, outros completamente alienígenas.

— Um enigma, — disse Ana, analisando o padrão.

— Perfeito, porque nada é mais divertido do que morrer resolvendo quebra-cabeças, — comentou Ethan, olhando para o abismo com desconfiança.

Ana começou a examinar os símbolos.
— Parece que precisamos seguir uma sequência específica. Cada símbolo está conectado a uma constelação…

— E o que acontece se escolhermos o símbolo errado? — perguntou Tainá.

Como se para responder, um pedaço do teto desabou ao lado deles, esmagando o chão.

— Essa seria a resposta, — disse Ethan, sacando sua arma como se isso pudesse ajudar contra pedras caindo.

Ana respirou fundo e começou a caminhar com cuidado sobre as pedras. Cada passo era calculado, seus olhos se movendo rapidamente entre as inscrições e os padrões na parede.

O tempo parecia se arrastar enquanto ela avançava. Quando chegou ao último símbolo, parou.

— É agora ou nunca, — disse ela, pisando na última pedra.

Por um momento, nada aconteceu. Então, o som de engrenagens ecoou novamente, e uma ponte de pedra começou a se formar, conectando o grupo ao outro lado.

— Boa jogada, Castellani, — disse Ethan, ajudando-a a descer.

— Não foi sorte, foi cálculo, — respondeu ela, sorrindo pela primeira vez em horas.

Do outro lado da sala, uma porta de pedra se abriu, revelando uma câmara ainda mais profunda. Mas antes que pudessem entrar, o som de passos ecoou atrás deles.

— Temos companhia, — murmurou Tainá, segurando o facão.

Ethan virou-se, apontando sua arma para o corredor. A luz das tochas revelou silhuetas emergindo das sombras: os homens de Victor Lang estavam logo atrás.

Capítulo 6: Emboscados

Os mercenários de Lang surgiram das sombras, bem armados e com passos cuidadosos. O líder do grupo, um homem corpulento com um olhar frio e uma cicatriz que atravessava o rosto, ergueu a arma e apontou para Ethan.

— Fim da linha, Drake, — disse ele com um sorriso cruel. — Entreguem o mapa e talvez eu deixe vocês vivos.

Ethan não recuou, mantendo a arma firme nas mãos.
— Talvez? Isso soa bem pouco confiável para o meu gosto.

— Não estamos negociando, — o mercenário respondeu, inclinando a cabeça. — Vocês não têm para onde fugir.

Tainá, ainda segurando o facão, murmurou para Ana:
— Você confia nele?

— Ethan? Claro. Ele é bom nisso.

— Espero que sim, porque estamos em desvantagem.

Antes que Ethan pudesse responder ao mercenário, ele disparou primeiro, atingindo a lâmpada da tocha próxima e mergulhando parte do corredor em escuridão. Foi o suficiente para desorientar os atacantes, e Ethan aproveitou a oportunidade para atirar de volta.

— Corram para a próxima sala! — gritou ele, dando cobertura enquanto Tainá e Ana disparavam em direção à câmara aberta.

O som dos tiros ecoava pelo corredor enquanto os mercenários revidavam. Tainá liderava Ana para dentro da câmara, mas parou abruptamente ao ver o que estava à frente.

— O que foi? — perguntou Ana, ainda ofegante.

— Isso. — Tainá apontou para um chão coberto de armadilhas. Lâminas afiadas surgiam de aberturas nas paredes, e dardos disparavam de buracos no teto.

— Como atravessamos isso? — perguntou Ana.

Tainá observou por um momento.
— Espera. Elas disparam com movimento.

Ana olhou para trás, vendo Ethan ainda trocando tiros no corredor.
— Não temos tempo para isso!

— Você quer morrer agora ou mais tarde? — rebateu Tainá, começando a observar o padrão dos disparos.

Ethan finalmente recuou para a câmara, jogando uma granada de fumaça para atrasar os mercenários. Ele correu até as duas e olhou para o cenário à frente.

— Claro que tinha que ser uma sala cheia de coisas que nos matam, — disse ele, ofegante.

Tainá já estava avançando com cuidado, esquivando-se das lâminas e observando os dardos.
— Sigam meus passos exatamente!

Com passos precisos, ela avançava, usando seu instinto para calcular os movimentos das armadilhas. Ana seguiu, tremendo, mas conseguindo se manter próxima. Ethan veio por último, desviando habilmente.

Um dos mercenários não teve a mesma sorte. Eles os ouviram gritar quando as lâminas se fecharam sobre ele.

— Isso foi horrível, — disse Ana, estremecendo.

— Fique feliz por não ter sido você, — respondeu Ethan, ajudando-a a passar pelo último obstáculo.


Capítulo 7: O Coração da Terra

Quando finalmente chegaram ao outro lado da sala, encontraram-se em uma câmara imensa, iluminada por uma luz esverdeada que parecia emanar de algo no centro. Uma esfera brilhante flutuava sobre um pedestal de pedra. Linhas de energia pulsavam pelo ar, como se a própria selva estivesse viva ao redor deles.

Ana ficou sem palavras.
— É isso… o Coração da Terra.

Tainá, porém, parecia cautelosa.
— Isso não está certo. Por que algo tão poderoso ficaria tão exposto?

— Porque é uma armadilha, — disse Ethan, apontando para as sombras onde esculturas humanas estavam posicionadas. — Essas não são estátuas.

Ana olhou de perto e percebeu que Ethan estava certo. As “esculturas” tinham expressões de pavor, como se fossem pessoas transformadas em pedra.

— Como isso é possível? — murmurou ela.

Antes que alguém pudesse responder, o som de passos apressados anunciou a chegada dos mercenários. Eles estavam na entrada da câmara, armas em punho. O líder do grupo deu um sorriso vitorioso.

— Bom trabalho abrindo o caminho para nós. Agora, saiam do caminho.

Ethan se posicionou à frente de Ana.
— Por que você não vem buscar?

O líder dos mercenários ergueu a arma, mas antes que ele pudesse disparar, o Coração da Terra brilhou com intensidade. O chão tremeu, e a câmara começou a mudar. Linhas de luz surgiram no chão e paredes, enquanto as esculturas ao redor começaram a se mexer.

— Eles estão vivos! — gritou Tainá, sacando o facão.

As figuras de pedra avançaram em direção aos mercenários, ignorando completamente o grupo de Ana. O caos se instalou enquanto tiros ecoavam e gritos tomavam conta da sala.

— Agora é a nossa chance! — gritou Ethan, puxando Ana e Tainá para longe do pedestal.

Ana olhou para trás, hesitando.
— Não podemos deixar isso aqui! Se Lang ou seus homens levarem o artefato…

Ethan suspirou.
— Está louca? Tocar nisso pode nos matar!

— Talvez… mas também pode ser nossa única saída, — insistiu Ana, se aproximando do pedestal.

O som de engrenagens ecoou novamente, e o Coração da Terra começou a flutuar em direção a ela. Ana estendeu a mão, hesitando por um instante, antes de finalmente segurá-lo.

Uma onda de energia percorreu a câmara, derrubando todos ao chão. As figuras de pedra pararam, e os mercenários restantes começaram a fugir em pânico.

Quando a luz diminuiu, Ethan ajudou Ana a se levantar.
— Está viva?

Ana sorriu, segurando o artefato que agora parecia um pouco mais estável.
— Sim. E acho que ele está me mostrando… o próximo passo.

Tainá olhou para ela, assustada.
— Próximo passo? Você está brincando, certo?

Ana balançou a cabeça.
— Isso é só o começo.

Capítulo 8: A Escolha da Guardiã

O brilho do Coração da Terra diminuiu gradualmente, mas algo em Ana parecia ter mudado. Seus olhos refletiam a luz esverdeada da esfera, e ela permanecia imóvel, segurando o artefato com cuidado. Ethan e Tainá, ainda tentando se recuperar da explosão de energia, olhavam para ela com preocupação.

— Ana, você está bem? — perguntou Ethan, sua voz carregada de preocupação.

— Eu… estou, — respondeu Ana, quase em um sussurro. — Mas é como se algo estivesse… falando comigo.

Tainá estreitou os olhos, cética.
— Falando com você? Isso não é um bom sinal.

Antes que Ana pudesse responder, o artefato brilhou novamente, projetando uma imagem holográfica no ar. A visão de uma civilização antiga surgiu: uma cidade vibrante, cheia de vida, com templos magníficos e engenhocas que pareciam impossíveis para o tempo retratado. No centro da cidade, o Coração da Terra brilhava como um sol, conectado a todos os cantos daquele mundo.

Uma voz ecoou pela câmara, profunda e imponente:
— Você chegou ao coração da criação. Prove sua dignidade, ou pague o preço.

Ethan olhou ao redor, com a arma ainda em mãos.
— Ótimo. Agora temos espíritos antigos nos julgando.

— Não são espíritos, — disse Ana, sem tirar os olhos do holograma. — É um aviso. Eles construíram isso para proteger o planeta. Eles sabiam que o poder do Coração da Terra poderia ser usado para o bem… ou para a destruição.

A imagem mudou, mostrando a terra rachada, vulcões em erupção e oceanos engolindo cidades inteiras.

— Se cair em mãos erradas, — continuou Ana, traduzindo o que parecia ser instintivamente compreendido por ela, — o mundo inteiro será destruído.

Tainá cruzou os braços, claramente desconfiada.
— E você acha que tocar nesse artefato e “ouvir vozes” faz de você a escolhida?

Antes que Ana pudesse responder, o som de um tiro ecoou pela câmara. Ethan rapidamente puxou Ana para trás, protegendo-a.

— Os sobreviventes estão voltando, — ele murmurou.

Os mercenários restantes, liderados por Victor Lang em pessoa, apareceram na entrada da sala. Lang, um homem alto e elegante, com cabelos grisalhos bem penteados e uma presença ameaçadora, entrou calmamente. Sua voz soou fria como gelo.

— Ah, finalmente encontrei a relíquia. E você, Castellani. Não esperava que fosse tão eficiente em abrir meu caminho.

— Lang, — disse Ethan, com desprezo. — Achei que estivesse morto.

Lang deu um sorriso sarcástico.
— Rumores exagerados. Agora, senhorita Castellani, seja boazinha e entregue o Coração da Terra.

— Nem em um milhão de anos, — respondeu Ana, segurando o artefato com mais força.

Lang ergueu uma mão, e seus homens apontaram as armas.
— Eu não gosto de negociar. Mas, neste caso, permitirei que você escolha: sua vida ou o artefato.

Ethan e Tainá se posicionaram ao lado de Ana, prontos para lutar.
— Se quiser o artefato, — disse Ethan, — vai ter que passar por nós.

Lang riu, mas antes que ele pudesse ordenar o ataque, o Coração da Terra brilhou novamente. Linhas de luz se espalharam pelo chão, conectando cada pessoa na câmara. A voz retornou, desta vez mais alta e severa:

— Apenas o digno pode portar o poder. Escolha seu destino.

O brilho envolveu Ana, Lang, e Ethan. Cada um viu uma visão diferente.


Ana

Ela se viu em um campo devastado, com cidades destruídas e pessoas sofrendo. Sentiu a dor de milhares de vidas perdidas. Uma figura encapuzada apareceu, representando a escolha que ela teria que fazer.

— O poder para salvar ou destruir está em suas mãos. Você carregará esse fardo?

Ana sentiu o peso da decisão, mas respondeu firmemente:
— Não permitirei que esse poder seja usado para o mal.


Ethan

Ethan se viu de volta a uma zona de guerra, liderando seus homens em uma missão suicida. Um erro de julgamento havia custado vidas preciosas. Ele sentiu a culpa o corroendo.

— Você busca redenção, mas está disposto a sacrificar tudo novamente? — a voz perguntou.

— Se puder salvar vidas, sim. Não cometerei os mesmos erros.


Lang

Lang se viu cercado por ouro e riquezas, mas tudo derretia em suas mãos. Uma figura sombria surgiu, representando sua ambição descontrolada.

— Você busca poder absoluto. Está preparado para as consequências?

Lang apenas sorriu.
— Sempre estive.


A Decisão

O brilho cessou, e a câmara ficou em silêncio. A voz ecoou uma última vez:
— A dignidade foi testada. O Coração da Terra escolheu sua guardiã.

O artefato voou para as mãos de Ana, enquanto Lang e seus homens foram arremessados para trás por uma onda de energia. Ele gritou em fúria, mas a luz o afastou da câmara, fechando a porta atrás dele.

Ethan olhou para Ana, surpreso.
— Então… você foi escolhida.

Ana olhou para o artefato em suas mãos, sentindo o peso da responsabilidade.
— Não é uma vitória. É uma missão. Precisamos esconder isso, protegê-lo… para sempre.

Tainá suspirou.
— Sempre tem que ser complicado, não é?

Ana sorriu de leve.
— Bem-vindos à aventura.

Capítulo 9: O Caminho para a Liberdade

A câmara começou a tremer. As paredes racharam e pedaços de pedra começaram a cair. O Coração da Terra parecia reagir à escolha de Ana, enviando pulsos de energia que abalaram toda a estrutura do templo.

— Isso não é bom, — disse Ethan, puxando Ana pelo braço. — A gente precisa sair daqui antes que tudo desabe.

Tainá já estava avaliando a rota de fuga.
— Há uma passagem no lado oposto. Rápido!

Com Ana segurando o artefato e tentando manter o equilíbrio, o trio correu através da câmara enquanto o templo se despedaçava ao redor deles. As armadilhas que haviam enfrentado antes agora estavam completamente desativadas, como se o Coração da Terra tivesse neutralizado os mecanismos.

— Finalmente algo bom vindo disso, — murmurou Ethan, desviando de uma rocha que caiu próximo a ele.

Quando alcançaram a saída, sentiram o calor do sol pela primeira vez em horas. A selva estava à frente, mas o perigo ainda não havia passado.


Capítulo 10: Perseguição na Selva

Victor Lang não tinha desistido. Do outro lado do templo, ele e seus homens remanescentes haviam encontrado outra saída. Apesar das baixas e da frustração, Lang estava mais determinado do que nunca.

— Eles têm o artefato, — disse um dos mercenários, ofegante.

Lang sorriu com malícia.
— E nós vamos pegá-lo.

O grupo de Ana corria pela selva, mas o som de helicópteros e gritos de mercenários os alcançava. Ethan olhou para o céu e viu as árvores se balançando com a força das hélices.

— Eles têm apoio aéreo. Isso vai ser complicado.

Tainá apontou para um rio próximo.
— Se chegarmos ao rio, podemos usar as correntezas para despistá-los.

— E se afogarmos no processo? — perguntou Ethan, mas já sabia que não havia escolha melhor.

Sem hesitar, eles correram em direção ao rio, mergulhando nas águas turbulentas. O fluxo rápido os levou para longe dos mercenários, mas não sem consequências. Ethan foi o último a entrar, desviando de tiros que os inimigos disparavam da margem.


Capítulo 11: A Revelação Final

Após horas sendo levados pela correnteza, o grupo finalmente alcançou uma área tranquila. Eles emergiram do rio, exaustos, mas aliviados por estarem vivos.

— Isso foi perto demais, — disse Tainá, espremendo a água de suas roupas.

Ana olhou para o Coração da Terra, que brilhava de forma mais fraca agora.
— Ele está se comunicando comigo. Está… mostrando algo.

Ethan se aproximou, preocupado.
— O que está mostrando?

— Um lugar. Uma montanha. — Ana fechou os olhos, tentando se concentrar. — É onde precisamos levá-lo.

Tainá balançou a cabeça.
— Acha que é uma boa ideia seguir essas visões?

— Não temos escolha, — respondeu Ana. — Esse lugar… é onde o artefato deve ficar. Onde estará seguro.


Capítulo 12: A Montanha Escondida

A jornada até a montanha levou dias. Com pouco suprimento e sempre olhando por sobre os ombros, o grupo enfrentou animais selvagens, tempestades tropicais e o peso constante do medo de Lang. Finalmente, chegaram a uma formação rochosa que parecia ser a entrada para uma caverna.

— É aqui, — disse Ana, com a voz cheia de certeza.

Dentro da caverna, encontraram inscrições nas paredes que correspondiam às gravuras do templo. Parecia um santuário antigo, construído para proteger o Coração da Terra. No centro da caverna, havia um altar de pedra, cercado por cristais que brilhavam com a mesma energia do artefato.

— Este é o lugar, — disse Ana, colocando o artefato no altar.

A caverna tremeu, mas desta vez, não era destruição. Os cristais se iluminaram, e uma energia radiante encheu o espaço. O Coração da Terra foi absorvido pelo altar, desaparecendo em meio à luz.

A voz voltou a ecoar:
— O guardião cumpriu seu dever. O ciclo está completo.


Capítulo 13: Confronto Final

Antes que o grupo pudesse descansar, Lang e seus homens chegaram. Ele apontou uma arma para Ana.
— Onde está o artefato?

— Está onde nunca poderá tocá-lo, — respondeu Ana, encarando-o com firmeza.

Lang riu, avançando com passos lentos.
— Acha que isso me impede? Eu derrubarei esta montanha se for necessário.

Antes que ele pudesse atirar, a caverna reagiu. Cristais lançaram rajadas de energia, desarmando Lang e os mercenários. O templo parecia estar vivo, protegendo aqueles que haviam cumprido seu propósito.

Lang tentou escapar, mas as pedras começaram a desabar. Ethan puxou Ana e Tainá para fora enquanto a entrada da caverna se fechava, prendendo Lang e seus homens para sempre.


Epílogo: O Legado

De volta à civilização, Ana, Ethan e Tainá se encontraram em um pequeno café, longe dos olhares curiosos.

— Então, acabou? — perguntou Ethan, ainda desconfiado.

Ana assentiu.
— O artefato está seguro. E agora, ninguém mais pode usá-lo.

Tainá sorriu.
— Parece que salvamos o mundo. Nada mal para um dia de trabalho.

Ethan levantou sua xícara de café.
— À próxima aventura.

Ana e Tainá brindaram, rindo. Apesar de tudo que tinham enfrentado, sabiam que o mundo ainda guardava segredos perigosos. Mas, por enquanto, estavam prontos para uma merecida pausa.

FIM

Ação e aventura

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